
Autodescrição em reuniões e palestras.
Qual a diferença entre audiodescrição e autodescrição?
AUDIODESCRIÇÃO é um recurso de acessibilidade que transforma o que é visual em verbal.
AUTODESCRIÇÃO é a descrição física de si mesmo.
Existe uma corrente teórica que defende que o termo correto seria auto-audiodescrição, mas de acordo com as professoras Lívia Motta e Ana Júlia Perroti, o termo autodescrição está correto e essa escolha é uma questão pessoal.
Qual a forma correta de fazer
Existe uma forma correta de fazer a autodescrição?
SIM, existe uma estrutura recomendada para tornar sua autodescrição clara e objetiva:
1. Comece pela cor da sua pele e então escaneie de cima para baixo (até o ponto onde as pessoas que enxergam estão te vendo. Se for uma reunião virtual, não precisa descrever a cor da calça nem os sapatos)
2. Descreva os cabelos e traços faciais.
3. Mencione se usa óculos ou outros acessórios marcantes.
4. Só depois fale sobre a sua roupa, mas sem detalhar demais.
5. Se for uma reunião virtual, mencione brevemente o que está próximo / atrás de você (livro da sua área de atuação sobre a mesa, estante de livros atrás, quadros na parede, etc.)
Seja sucinto! Menos é mais.
O maior erro é o excesso de detalhes. Se a sua descrição for longa e confusa, o público pode perder informações importantes.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA AUTODESCRIÇÃO?
A autodescrição é muito mais do que um simples detalhe. Pense nela como um cartão de visitas falado, que apresenta sua imagem a todos, inclusive para quem não pode vê-la(o).
No mundo corporativo, onde a primeira impressão pode abrir portas, se descrever bem não apenas nivela o jogo mas também fortalece sua presença profissional, demonstrando, dentre outras coisas:
Acessibilidade e Inclusão
Para que não enxerga, conhecer detalhes visuais sobre os palestrantes, ou um colega de trabalho, faz toda a diferença. Autodescrever-se é uma forma de garantir que todas as pessoas tenham acesso às mesmas informações;
Compromisso com a diversidade
Empresas que incentivam a autodescrição mostram, na prática, que valorizam a inclusão. Pequenos gestos, como se apresentar de forma acessível, fortalecem a cultura de diversidade e pertencimento no ambiente corporativo. Um líder de equipe que se apresenta com uma descrição pessoal não apenas garante que a informação visual chegue a todos, mas também sinaliza que valoriza e respeita a diversidade de seus participantes.
Reforço de marca pessoal
Em eventos e reuniões, onde há muitas pessoas, ser lembrado pode ser um desafio. A autodescrição cria um elemento de diferenciação que ajuda os outros a associarem sua imagem ao seu nome e função.
Se duas pessoas chamadas Fernanda participarem de um evento e apenas uma delas disser
“Sou Fernanda, uma mulher branca, de cabelos compridos, vermelhos e cacheados. Estou vestindo um terninho amarelo e um colar dourado com um pingente grande em formato de sol.”
Quem você acha que será lembrada com mais facilidade?
Conexões instantâneas
Em interações individuais, a autodescrição também pode servir como um gatilho para conversas mais naturais.
Se alguém menciona que está usando uma gravata com estampa de cinema, por exemplo, isso pode gerar um ponto de conexão instantânea com outro profissional que também gosta de filmes.
Percebeu como pequenas mudanças geram grandes transformações (e possibilidades) para além da deficiência?
Ser acessível não é uma concessão, mas uma oportunidade de crescimento coletivo.
E você, já incorporou a autodescrição na sua vida?